A ferida que me moldou…

Hoje quero partilhar algo que transformou a minha jornada: as raízes que carregamos e como elas moldam quem somos. Honrar a nossa ancestralidade é aceitar o presente que nos foi dado, mesmo que o passado tenha deixado mágoas.

Eu era uma criança de 5 anos quando o meu pai saiu da minha vida. Esse abandono criou uma ferida que moldou todas as minhas relações, sejam familiares, amorosas ou de amizade. Por mais de 40 anos, carreguei um peso invisível, uma sombra que condicionava escolhas e alimentava medos.

Foi através da escrita que comecei a explorar as raízes dessa dor. Perguntei-me:

• Como foi a infância do meu pai?

• Que dores e limitações ele enfrentou?

• E a minha mãe, o que carregou para me dar o que podia?

Compreender as histórias dos meus pais e avós ajudou-me a ver que todos eles fizeram o melhor que podiam com os recursos que tinham. Foi um despertar para a compaixão e para a cura.

🌱 O Nosso Clã e o Nosso Lugar

A nossa família não se limita a mãe e pai. Inclui avós, filhos que não nasceram, tios esquecidos e histórias que permanecem ocultas. Honrar cada membro do clã, dar-lhes o seu lugar, é essencial para equilibrar a energia que flui na nossa vida.

Na base das Constelações Sistémicas, o pai representa o masculino, a força e a ação; a mãe, o feminino, o amor e a nutrição. Integrar ambos em nós é essencial para a nossa plenitude.

Pergunta-te:

• Há alguém no meu clã que foi esquecido ou excluído?

• Que histórias ou padrões ainda carregam peso em mim?

• O que posso fazer para honrar e libertar essas memórias?

💌 Desafio de Journaling:

Carta aos Ancestrais

Escrever uma carta aos teus ancestrais é uma poderosa ferramenta de cura. Aqui está como podes começar:

• Reconhece e agradece: Que características ou forças herdaste? O que há para agradecer, mesmo nas dores?

• Liberta: Identifica padrões ou crenças que já não te servem e solta-os com respeito.

• Declara: Termina a tua carta afirmando quem escolhes ser a partir deste momento.

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