13/2/2024
Adorava que fosse carnaval o ano inteiro.
Eu que nem gosto do carnaval, mas isso é outra história que ainda tenho que resolver em mim e se prende com com o facto de na minha infância nunca me poder fantasiar de princesa, bailarina ou espanhola.
Era sempre o palhaço e não desafazendo os dores de caracterização, imaginação e maquilhagem da minha querida mãe.
Creio ser por isso que nunca mais achei piada ao carnaval, mesmo que atualmente me pudesse mascarar do que me apetecesse.
Podia ser Carnaval o ano inteiro, mas ao invés de se colocarem máscaras, seria altura de retirar todas as máscaras…
Todas as capas e armaduras que fomos vestindo ao longo da vida.
No carnaval,
Seríamos apenas nós próprios, despidos de preconceitos, crenças e traumas.
Fantasiados do que nos apetecesse, onde era permitido apenas Ser e sonhar.
Nascemos na mais pura essência do ser.
Vamos, a medida que crescemos, moldando a nossa personalidade, criando a nossa história com base no que vemos e ouvimos.
Nas regras e valores que nos passam em casa, na escola e na sociedade.
Vamos assim criando uma identidade que não é nossa.
Vamos mascarando, tapando e escondendo aquilo em que acreditamos, por não estar alinhado com o que esperam de nós.
Vamos gravando no inconsciente, como esponjas, tudo o que nos marca. As crenças e limitações que nos passam, como se de um rezo se tratasse.
Como um testemunho que vai passando de geração em geração.
Uma herança que guia a partir de tenra idade, toda a nossa existência.
Começamos a vestir sem nos apercebermos, máscaras para nos proteger.
Para não mostrar fraqueza ou vulnerabilidade.
Dos fracos não reza a história, ouvimos dizer…
Depois quando mais tarde, nos apercebemos que passámos uma vida a fugir de nós mesmos, queremos regressar a casa.
Queremos voltar a ser aquela criança que era livre de sonhar, de ser uma princesa, astronauta ou piloto de fórmula 1…
QUE MÁSCARAS PRECISAS LARGAR PARA TE VOLTARES A ENCONTRAR?
👸Feliz Carnaval!
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